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Mostrando postagens de outubro, 2010

Mastigando

Sentou-se no chão do quarto, com a cabeça encostada na cama, as pernas esticadas imóveis e o olhar perdido no teto. Ao fundo, ouvia o refrão de uma música do Kansas, que ironomicamente dizia "Dont't cry no more". Para ela, tudo aquilo parecia uma cena melodramática de um filme adolescente qualquer. Mas no fundo, já conhecia muito bem esse seu modo de encarar suas intermináveis divagações: mastigando lentamente. Era uma constante em sua vida. No ônibus, no trabalho, no almoço, no "happy hour" com seus poucos amigos, no banho e na cama, não existia lugar específico, sua mente sempre fervilhava. Não era do tipo falante, por vários motivos preferia guardar suas preciosas palavras para si mesma. Nos últimos tempos, isso a incomodava muito, pois a sua vida tomava contornos que talvez não permitissem mais as suas "mastigações". Sabia que precisava mudar, mas ainda tentava descobrir extamente por qual motivo. Os motivos que lhe mostravam todos os dias aind

Quebra cabeças

Sou um quebra cabeças, de milhões de peças espalhadas. E a muito tempo comecei a montá-lo, com as peças mais fáceis de se encaixarem. Por um período muito longo desisti, e o deixei de lado, Pois me preocupei em jogar outros jogos. Agora resolvi olhar as peças novamente, e finalmente vi onde algumas se encaixam. Tento a cada dia colocar uma peça em seu determinado lugar e quando paro para ver o trabalho, confesso que me surpreendo. Confesso também que sempre soube onde algumas peças se encaixavam, mas não queria montá-las. Não me agradava o resultado. Mas sinto que agora preciso ter o jogo completo, e observo com atenção peça por peça. O jogo mais difícil de se terminar...