Sentou-se no chão do quarto, com a cabeça encostada na cama, as pernas esticadas imóveis e o olhar perdido no teto. Ao fundo, ouvia o refrão de uma música do Kansas, que ironomicamente dizia "Dont't cry no more". Para ela, tudo aquilo parecia uma cena melodramática de um filme adolescente qualquer. Mas no fundo, já conhecia muito bem esse seu modo de encarar suas intermináveis divagações: mastigando lentamente. Era uma constante em sua vida. No ônibus, no trabalho, no almoço, no "happy hour" com seus poucos amigos, no banho e na cama, não existia lugar específico, sua mente sempre fervilhava. Não era do tipo falante, por vários motivos preferia guardar suas preciosas palavras para si mesma. Nos últimos tempos, isso a incomodava muito, pois a sua vida tomava contornos que talvez não permitissem mais as suas "mastigações". Sabia que precisava mudar, mas ainda tentava descobrir extamente por qual motivo. Os motivos que lhe mostravam todos os dias aind
"Todos os verbos do mundo"